domingo, 16 de janeiro de 2011

A Saga de Paulinho Láparo, o Magro - Capítulo II

Toda segunda-feira, um novo capítulo. 

Capítulo 2 - Indignação 

Três dias depois, Paulinho Láparo, o Magro, decidiu voltar à casa de mestre Kire Dahin. Ainda respeitoso, ao discípulo:
- Estive aqui outro dia e deixei uma mensagem para o honorável mestre. Algum resultado, uma resposta?
O discípulo atravessou a cortina de tiras de plástico. Trinta e cinco minutos depois, ainda mastigando:
- O mestre está em posição de repasto.
- Sim, tudo bem. E a minha mensagem escrita?
- Li para o mestre, o meu grande sol.
- Leu? Mas disse que o mestre é surdo... Como sabe se o mestre entendeu a minha angustiada mensagem?
- Não sei.
- Mas o mestre ao menos disse alguma coisa?
- Disse.
- Pelo amor de Deus, o que o honorável mestre disse?
- Não entendi, ele estava com a boca muito cheia. Avisei que o mestre se encontrava em posição de repasto.
- Mas o que é posição de repasto, por todos os deuses?
- Segurando um prato com arroz, feijão, farinha de mandioca, dois torresmos pururuca, um ovo frito, duas rodelas de tomate, quatro almôndegas... e comendo.
- Vou buscar uma grande mandioca para o mestre.
- Desnecessário! Aquele Que Mostra O Caminho tem tudo de que precisa. O alimento que está à sua disposição neste momento é suficiente para o abençoado dia de hoje.
- Não é para o mestre comer.
- Para quê, então?
- Vou enfiar a mandioca no rabo do filho da puta do seu mestre...

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